domingo, 24 de setembro de 2017

116) Transmissão Do Pensamento - Ação Da Prece (perfeita explicação!)


Transmissão  Do  Pensamento 

- Ação Da Prece

   9.  A prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige. 
     Pode ter por objeto um pedido, um agradecimento, ou uma glorificação.    
     Podemos orar por nós mesmos ou por outrem, pelos vivos ou pelos
mortos. 
     As preces feitas a Deus escutam-nas os Espíritos incumbidos da execução de suas vontades; as que se dirigem aos bons Espíritos são reportadas a Deus. Quando alguém ora a outros seres que não a Deus, fá-lo recorrendo a intermediários, a intercessores, porquanto nada sucede sem a vontade de Deus.
    

 10.   O Espiritismo torna compreensível a ação da prece, explicando o modo de transmissão do pensamento, quer no caso em que o ser a quem oramos acuda ao nosso apelo, quer no em que apenas lhe chegue o nosso pensamento. 
     Para apreendermos o que ocorre em tal circunstância, precisamos conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço, todos os seres, encarnados e desencarnados,... tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da
atmosfera. 
     Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito.
     
     Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo,de um ao outro, o pensamento, como o ar transmite o som.
     A energia da corrente guarda proporção com a do pensamento e da vontade. E assim que os Espíritos ouvem a prece que lhes é dirigida, qualquer que seja o lugar onde se encontrem; 
      é assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem suas inspirações, que relações se estabelecem a distância entre encarnados.
     Essa explicação vai, sobretudo, com vistas aos que não compreendem a utilidade da prece puramente mística. 
     Não tem por fim materializar a prece, mas tornar-lhe inteligíveis os
efeitos, mostrando que pode exercer ação direta e efetiva. Nem por isso deixa essa ação de estar subordinada à vontade de Deus, juiz supremo em todas as coisas, único apto a torná-la eficaz.
    

     11.   Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe idéias sãs. 
     Ele adquire, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se afastou. 
     Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas. 
     Um homem, por exemplo, vê arruinada a sua saúde, em consequência de excessos a que se entregou, e arrasta, até o termo de seus dias, uma vida de sofrimento: - terá ele o direito de queixar-se, se não obtiver a cura que deseja? 
     Não, pois que houvera podido encontrar na prece a força de resistir às tentações.
     

     12.   Se, em duas partes se dividirem os males da vida, uma constituída dos que o homem não pode evitar e a outra das tribulações de que ele se constituiu a causa primária, pela sua incúria ou por seus excessos (cap. V, nº 4), ver-se-á que a segunda, em quantidade, excede de muito à primeira. 
     Faz-se, portanto, evidente que o homem é o autor da maior parte das suas aflições, às quais se pouparia, se sempre obrasse com sabedoria e prudência.
     Não menos certo é que todas essas misérias resultam das nossas infrações às leis de Deus e que, se as observássemos pontualmente, seríamos inteiramente ditosos. 
     Se não ultrapassássemos o limite do necessário, na satisfação das nossas necessidades, não apanharíamos as enfermidades que resultam dos excessos, nem experimentaríamos as vicissitudes que as doenças acarretam. 
     
     Se puséssemos freio à nossa ambição, não teríamos de temer a ruína; 
     se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não teríamos de recear a queda; 
     se fôssemos humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho abatido; 
     se praticássemos a lei de caridade, não seríamos maldizentes, nem invejosos, nem ciosos, e evitaríamos as disputas e dissensões; 
     se mal a ninguém fizéssemos, não houvéramos de temer as vinganças, etc.
     Admitamos que o homem nada possa com relação aos outros males; 
     Que toda prece lhe seja inútil para livrar-se deles; já não seria muito o ter a possibilidade de ficar isento de todos os que decorrem da sua maneira de proceder? 
     Ora, aqui, facilmente se concebe a ação da prece, visto ter por efeito atrair a salutar inspiração dos Espíritos bons, granjear deles força para resistir aos maus pensamentos, cuja realização nos pode ser funesta. 
     Nesse caso, o que eles fazem não é afastar de nós o mal, porém, sim, desviar-nos a nós, do mau pensamento que nos pode causar dano; 
     Eles em nada obstam ao cumprimento dos decretos de Deus, nem
suspendem o curso das leis da Natureza; apenas evitam que as infrinjamos, dirigindo o nosso livre-arbítrio. 
     Agem, contudo, à nossa revelia, de maneira imperceptível, para nos não
subjugar a vontade. 
     O homem se acha então na posição de um que solicita bons conselhos e
os põe em prática, mas conservando a liberdade de segui-los, ou não. 
     Quer Deus que seja assim, para que aquele tenha a responsabilidade dos seus atos e o mérito da escolha entre o bem e o mal. 
     E isso o que o homem pode estar sempre certo de receber, se o pedir com
fervor, sendo, pois, a isso que se podem sobretudo aplicar estas palavras: 
      - "Pedi e obtereis."
     Mesmo com sua eficácia reduzida a essas proporções, já não traria a prece resultados imensos? 
     Ao Espiritismo fora reservado provar-nos a sua ação, com o nos revelar as relações existentes entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual. 
     Os efeitos da prece, porém, não se limitam aos que vimos de apontar.
     Recomendam-na todos os Espíritos. 
     Renunciar alguém à prece é negar a bondade de Deus; 
     é recusar, para si, a sua assistência e, para com os outros, abrir mão do bem que lhes pode fazer.
     

     13.   Acedendo ao pedido que se lhe faz, Deus muitas vezes objetiva recompensar a intenção, o devotamento e a fé daquele que ora. 
     Daí decorre que a prece do homem de bem tem mais merecimento aos olhos de Deus e sempre mais eficácia, porquanto o homem vicioso e mau não pode orar com o fervor e a confiança que somente nascem do sentimento da
verdadeira piedade. 
     Do coração do egoísta, do daquele que apenas de lábios ora, unicamente
saem palavras, nunca os ímpetos de caridade que dão à prece todo o seu poder.      Tão claramente isso se compreende que, por um movimento instintivo, quem se quer recomendar às preces de outrem, fá-lo de preferência às daqueles cujo proceder, sente-se, há de ser mais agradável a Deus, pois que são mais prontamente ouvidos.
     

     14.  Por exercer a prece uma como ação magnética, poder-se-ia supor que o seu efeito depende da força fluídica. 
     - Assim, entretanto, não é. 
     Exercendo sobre os homens essa ação, os Espíritos, em sendo preciso, suprem a insuficiência daquele que ora, ou agindo diretamente em seu nome, ou dando-lhe momentaneamente uma força excepcional, quando o julgam
digno dessa graça, ou que ela lhe pode ser proveitosa.
     O homem que não se considere suficientemente bom para exercer salutar influência, não deve por isso abster-se de orar a bem de outrem, com a idéia de que não é digno de ser escutado. 
     A consciência da sua inferioridade constitui uma prova de humildade, grata sempre a Deus, que leva em conta a intenção caridosa que o anima. 
     Seu fervor e sua confiança são um primeiro passo para a sua conversão ao bem, conversão que os Espíritos bons se sentem ditosos em incentivar. 
     Repelida só o é a prece do orgulhoso que deposita fé no seu poder e nos seus merecimentos e acredita ser-lhe possível sobrepor-se à vontade do Eterno.
     15.  Está no pensamento o poder da prece, que por nada depende, nem das palavras, nem do lugar, nem do momento em que seja feita. 
     Pode-se, portanto, orar em toda parte e a qualquer hora, a sós ou em comum. 
     A influência do lugar ou do tempo só se faz sentir nas circunstâncias que favoreçam o recolhimento. 
     A prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos os que oram se associam de coração a um mesmo pensamento e colimam o mesmo objetivo, porquanto é como se muitos clamassem juntos e em uníssono. 
     Mas, que importa seja grande o número de pessoas reunidas para orar, se cada uma atua isoladamente e por conta própria?! 
     Cem pessoas juntas podem orar como egoístas, enquanto duas ou três,
ligadas por uma mesma aspiração, orarão quais verdadeiros irmãos em Deus, e mais força terá a prece que lhe dirijam do que a das cem outras. (Cap. XXVIII, nº 4 e nº 5.)
 do livro " O Evangelho Segundo O Espiritismo" - Capítulo Xxvii - Pedi E Obtereis

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